quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Gonçalo Ivo


Estava navegando num blog muito interessante que divulga arte: http://vermute.blogspot.com/ o Vermute e me deparei com uma pintura de Gonçalo Ivo que me chamou a atenção. Eu já conhecia algumas de suas pinturas, mas não na aquarela. Gostei muito da mistura das cores... no site do artista, ele fala um pouco de si mesmo e da sua experiência com as cores, deem uma olhadinha: http://www.goncaloivo.com.br/
Abaixo segue algumas pinturas que eu gostei, mas ainda não conheço todas as suas obras... Observação: o texto tirei da página do artista e colei desconsiderando sua ordem, conforme as pinturas me inspiraram (minha interpretação).

"A cor me faz pensar plasticamente. Estou mais ligado a uma ação cromática do que a estrutura formal. O saber fazer é provavelmente fruto da repetição. Para fazer pintura é necessário pular o muro dos sonhos - sair para outros serenos."


"A intuição me guia. Não racionalizo enquanto pinto. Simplesmente respiro, vou em frente.Não procuro nada, as vêzes tento chegar a um colorido inatingível."

"Trabalho desde a transparência à opacidade absoluta; sistema pendular de expressar a cor."


"Em minhas últimas têmperas vejo aparecerem as lições dos anos, da prática como aquarelista - penso no saber como fruto da acumulação."

"Na pintura a óleo a cor aparece mais macia, fruto da refração da luz sobre a camada de óleo de linhaça. Nessas pinturas a matéria sempre foi um dado importante. Sempre presente, a pincelada funciona como uma voz. Constrói as palavras, dá o encadeamento da oração. São pinturas em sua maioria em grandes formatos em que a matéria pictórica tem uma densidade muito forte. Fiel à lição de Braque, construo a minha pintura como um edifício, de baixo para cima, em sucessivas camadas."



"Trabalho também em uma série de objetos. Comecei a fazê-los em 1984. A princípio ficavam no plano da parede. Mais tarde passei a trabalhar toda a superfície. Passei também a calcinar estes objetos de madeira. Em alguns deles trabalho com a quase impossibilidade da pintura pois uma vez queimados tangenciam a imaterialidade ."

"São quase pigmento puro (negro de fumo). Em outras aceito as marcas que o tempo impôs. São objetos que vou recolhendo ao acaso na beira das praias brasileiras ou nas margens do rio Sena.Não penso nestes objetos como esculturas. Não há da minha parte a preocupação com a forma no espaço. Para mim são registros cromáticos no espaço e no tempo."


"Sou um pintor por vocação. Minha pintura é um ato de devoção. Trabalho atualmente em uma nova série. E como se fosse uma prece. Batizei-a de prière. São pinturas horizontais em têmpera, folha de ouro e colagem (papéis populares de oração chineses) . Quando concluidas lembram partituras musicais, ladainhas intermináveis ou fugas e variações. São meus salmos visuais. Em cada prière há a busca de um colorido, ou melhor, de um ritmo cromático. Há nelas também a sensação da mobilidade da forma, do plano e do espaço em uma profundidade rasa."
"Trabalho o tempo todo com o que é real. Mesmo a subjetividade e a ambiguidade são reais. Há anos que trabalho numa série de pinturas que chamo de rios. Assim como o acidente geográfico, o meu rio é percebido na sua linearidade, correndo de uma borda a outra. Sua matéria é quase sempre rugosa como o aluvião deixado pelas marés sucessivas. Sua extensão é composta por faixas horizontais de cor, às vezes linhas que aparecem, somem e retornam novamente a superfície."

Copiando do blog Vermute, achei interessante divulgar este trabalho, embora ainda não tenha ouvido: 




domingo, 24 de julho de 2011

Viver de Arte

Encontrei essa loja aqui em Maceió e achei a proposta muito artística. É claro que é uma estética mais decorativa e muito influenciada pela formação em arquitetura das designers. Mas achei o trabalho muito inspirador.
Atualização: a loja deste post mudou-se para Rua Manoel Maia Nobre, 257, Farol.  
e o nome de "viver de arte" passou para "maia piatti" https://www.facebook.com/maiapiatti

 Ana Maia e Rosa Piatti se irmanam não apenas na genética da vida, mas do viver. Na arte encontraram seu DNA mais dominante, e decidiram compartilhar a decisão de VIVER DE ARTE. Arquitetas e designers, apaixonadas por suas raízes nordestinas, (brasileiras e planetárias), transformaram suas vidas em um constante ato de criação. 
(por Mirna Porto, tirado do site viver de arte)

O interior da loja que fica na Jatiuca, praia de Maceió
Adorei os modelos mais antigos de vestidos, que mais parecem uma obra de arte. Algumas peças lembrando Klimt, outras Miró e assim por diante...
Quadros e Panôs
Bandejas pintadas... lindas

Bolsas pintadas à mão

Luminárias fantásticas


Móveis pintados e quadros decorativos com peças compondo um todo

Mesa pintada
E muito mais... sofás, esculturas, tapetes, blusas, sandálias, caixinhas, caderninhos e por aí a fora

sábado, 16 de julho de 2011

Camaragibe, onde eles descançam


A cadeira começou a cair, a ir abaixo, a tombar, mas não, no rigor do termo, a desabar. Em sentido estrito, desabar significa caírem as abas. Ora, de uma cadeira não se dirá que tem abas, e se as tiver, por exemplo, uns apoios laterais para os braços, dir-se-á que estão caindo os braços da cadeira e não que desabam.
José Saramago no conto "A Cadeira"

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Na segunda gravidez...

Continuo experimentando este tema da gestação... Agora quero fazer um quadro com cores mais vivas. Vamos ver sua evolução.

Mulher Grávida II - à la quadrinhos


Mulher Grávida II - amarelando

Mulher Grávida II - cor clara ao fundo


Mulher Grávida II - com cores à la Rubens Gerchman


Dia 18/06/11
Vou seguir a evolução abaixo para ficar mais interessante:

Mulher Grávida II - À la Paula Moderson, figura escura ofuscada pelo clarão do fundo.
  
Mulher Grávida II - num tom mais mexicano

 
Mulher Grávida II - agora está começando a chegar onde quero...

Estou curtindo muito fazer esse primeiro fundo e depois poder raspar. Esperei uns dias para secar melhor o óleo. Como é eucatex, ele absorve bem e seca mais rápido do que a tela. Depois descobri outra técnica: sem querer: arranhei de mais o quadro chegando ao eucatex, tirando toda a tinta em riscos. Então apliquei mais uma camada de tinta que preencheu as marcas... dei mais uma raspada e ficou muito bom, principalmente quando a cor do fundo já estava "morrendo", quando já estava perdendo sua vivacidade.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

"Os Peixes" final (3)

Aqui seguem as últimas atualizações de "Os Peixes" e alguma comparação com o início... Estou quase satisfeita, mas ainda acho que os tons de azuis poderiam ser mais vivos... Como isso depende mais da tinta do que de mim, por enquanto vou deixar assim. Aproveitem e comentem...




Azulei de vez... vou puxar a primeira foto para a gente comparar:




segunda-feira, 6 de junho de 2011

peixes em cardume (2)

Vou postar agora o cardume, um peixe atrás do outro, as fotos com a evolução do quadro para vocês poderem acompanhar a pintura. Então segue a rede da pescaria.

Olha só, como está todo misturado e cheio de informação. Eu até gosto do colorido, mas estou buscando uma coisa mais una e mais azul

Aí começo a trabalhar no canto superior esquerdo, nos peixes que não vieram prontos. Tento trabalhar o fundo, mas ainda está meio atrapalhado. Tenho uma paleta muito pequena de cores e tudo tinta da corfix (não considero muito boa essa tinta). Mas quando a gente está fissurada... até sem preto a gente pinta. Tenho aqui um azul cobalto, vermelho china, amarelo citrico, dois brancos, ocre e um vermelho meio amarronzado (que esqueci o nome). Vamos ver o que dá para fazer. Estou sentindo falta do azul ultramar, do vermelho magenta e do amarelo ouro, além do preto, é claro.

Passo um branco sobre o amarelo para poder raspá-lo depois, mas na verdade quero uma luz azul ali, com resquícios de amarelo no fundo, só para dar um brilho. Dá para perceber que já usei a espátula no lado direito. Estou deixando este canto um pouco de lado agora para esquecê-lo um pouco, senão fico muito viciada nele e passo a enxergar com tendência. O ideal é esperar um pouco para vê-lo como quem vê pela primeira vez
Olha como ficou ruim essa raspagem. Vou ter que fazer alguma coisa. Aqui vou tentar azular um pouco o quadro e passo clarear um pouquinho o lado direito inferior.

 Então decido que vou azular de vez. Mas para isso preciso passar o branco novamente, pois tenho pouco azul. Foi aqui que me lembrei dos lapis pastéis à óleo, que usei para fazer os peixes. Aí ampliou-se muito a paleta de cores, apesar de o lápis não pegar muito bem na tinta molhada. Mas pude explorar outros tons de azul que estavam faltando e fiz algumas linhas novas com o preto.
 Aqui eu finalmente consigo azular um pouco e trabalho lá naquele peixinho de baixo, da direita. consigo integrar um pouco as cores e harmonizar mais o quadro. Mas ainda vejo linguagens muito diferentes. O canto direito superior quase não se relaciona com o canto esquerdo... e algumas linhas estão fortes demais.


 Aí está o resultado final de hoje. Não considero pronto ainda. Mas consegui evoluir bastante do início colorido para um quadro azul com nuances de outras cores. Ainda acho que o canto superior esquerdo não está de acordo com o resto, mas gostei tanto dele que não consegui me desapegar (vou esperar até amanhã). Amenizei alguns traços que estavam me agoniando e adicione outros, principalmente no peixe branco do meio. Ainda não me dei por satisfeita. Gostei muito da parte central abaixo do peixe branco, precisamente abaixo da calda do peixe azul claro. Aquele peixinho embaixo também terá que ser modificado e não sei, ainda tem coisa... no fundo eu acho. Bom, preciso de mais cores... porque os lápis não deram conta.

sábado, 4 de junho de 2011

Peixes, no fundo (1)

Aí seguem os peixes, estou na fase da integração das peças e do fundo do fundo. Tentei encontrar a forma mais harmônica para colocar cada um dos peixes. A minha idéia inicial era fazer o quadro mais próximo de um quadrado... mas depois da contribuição de terceiros, acabei tirando um dos peixes e resolvi mudar as posições, deixando o quadro mais retangular. Por isso é que sobrou eucatex embaixo... mas acabou que eu gostei bem mais assim.

Cheirando uma colinha básica

 Para colar, acabei usando a cola de sapateiro, aquela tipo adesivo que tem que colar dos dois lados e esperar secar. Ficou ótimo, não ficou tudo enrugado ou cheio de bolhas como a cola branca costuma deixar. Também acho que não vai descolar nunca mais (risos).
Eis a composição escolhida para encaixar os peixes. A idéia inicial era mais espaçada e ainda teria um peixe do lado esquerdo inferior.


A Riscar...

colorindo o fundo do fundo

Gosto de fazer os principais contornos para poder brincar bastante com as cores. A proposta de ter feito os peixes em papéis separados e retangulares, acabou levando meu trabalho para algo fragmentado. Longe ainda do cubismo, está uma des-integração, isso sim. Integra e desintegra. Mas estou gostando, porque embora a água tenha princípios redondos, a luz sobre ela, ou através dela, acaba gerando um efeito mais de fragmentais. De retas e reflexos diagonais.
As cores puras ainda não estão nem perto do que estou imaginando. Estou fazendo aquilo que descrevi na A Mulher Grávida sobre as cores brilhantes ao fundo para depois poder raspar, arranhar, cobrir, "pintar e bordar" em cima. Por isso é que chamei de "o fundo do fundo". Neste caso é o fundo do dundo do fundo do mar. Mas terei que tomar mais cuidado neste quadro, pois não quero perder o efeito das revistas ao fundo. Meu pai sempre diz "naquilo que já está bom não se mexe mais" e eu o escuto! Enão não quero arriscar tanto quanto fiz no da Grávida para não se tornar um coloca e tira incessante.
Então amanhã eu posto a evolução do quadro...

sexta-feira, 3 de junho de 2011

peixes (0)

Estes peixes estava fazendo ainda quando grávida. Não podia pintar à óleo devido à toxicidade da tinta, então arrisquei o lápis pastel oleoso. Como eu não queria me desgastar muito ao pintar, mas ao mesmo tempo tinha uma idéia para quadro grande, resolvi fazer pequenos peixes que ainda serão unidos entre si e comporão um painel maior. Esse painel será de um metro por um metro e meio e pretendo agora finalizá-lo com a tinta à óleo mesmo.
Esses peixes foram inspirados num quadro do Leopold Richter, tipo uma releitura. Mas esse cara tem um azul que só a cor já faz o quadro, é linda... vai ficar difícil chegar aos pés dele. Bom, continuo experimentando a revista como base de cor. Acredito que todos ainda serão mexidos, para serem integrados ao quadro maior... mas estou gostando. Ainda faltam dois peixinhos que quando ficarem prontos serão apresentados, ou então, já com o quadro final.




domingo, 29 de maio de 2011

Iraê Beck

Fui passear no Jardim Botânico de Curitiba e conheci o salão de exposições... é muito legal. Então pensei que aquele aquarelista de Florianópolis deveria fazer uma exposição lá. Iraê Beck!!! Andei dando uma olhadinha no seu site e mais uma vez fiquei impressionada com a vivacidade que ele consegue transmitir. As aves parece que vão sair voando, ou que acabaram de dar aquela viradinha com a cabeça, aqueles trejeitos de passarinho, sabe? As plantas refletem uma luz!!! que dá vontade de tocar na sua textura... Eu gosto também dos fundos...são bem suaves... mas estão lá. Muitas vezes o artista termina o rabo de uma ave meio inacabado, ou pouco perfeccionasta, dá uma aquarelada e pronto - acho isso fantástico. Parece que só assim pra gente se lembrar que se trata de aquarela mesmo. As peninhas são tão perfeitas e, mesmo sendo uma pintura bem detalhada, ela não perde sua expressão artística. Consegue ser intensa e suave ao mesmo tempo. Os olhinhos merecem observação: parece que tem vida ali atrás.
O site dele é http://www.iraebeck.ecolabore.net/galeria Aqui vão as minhas preferidas (apesar de que é bem difícil escolher e são poucas as digitalizadas).
Também tem o face: https://www.facebook.com/aquarelasiraebeck 

Arara vermelha


Acerola


Uirapuru