Estava navegando num blog muito interessante que divulga arte: http://vermute.blogspot.com/ o Vermute e me deparei com uma pintura de Gonçalo Ivo que me chamou a atenção. Eu já conhecia algumas de suas pinturas, mas não na aquarela. Gostei muito da mistura das cores... no site do artista, ele fala um pouco de si mesmo e da sua experiência com as cores, deem uma olhadinha: http://www.goncaloivo.com.br/
Abaixo segue algumas pinturas que eu gostei, mas ainda não conheço todas as suas obras... Observação: o texto tirei da página do artista e colei desconsiderando sua ordem, conforme as pinturas me inspiraram (minha interpretação).
"A cor me faz pensar plasticamente. Estou mais ligado a uma ação cromática
do que a estrutura formal. O saber fazer é provavelmente fruto da repetição.
Para fazer pintura é necessário pular o muro dos sonhos - sair para outros
serenos."
"A intuição me guia. Não racionalizo enquanto pinto. Simplesmente
respiro, vou em frente.Não procuro nada, as vêzes tento chegar a um colorido
inatingível."
"Trabalho desde a transparência à opacidade absoluta; sistema pendular de
expressar a cor."
"Em minhas últimas têmperas vejo aparecerem as lições dos anos, da prática como aquarelista - penso no saber como fruto da acumulação."
"Na pintura a óleo a cor aparece mais macia, fruto da refração da luz
sobre a camada de óleo de linhaça. Nessas pinturas a matéria sempre foi um dado
importante. Sempre presente, a pincelada funciona como uma voz. Constrói as
palavras, dá o encadeamento da oração. São pinturas em sua maioria em grandes
formatos em que a matéria pictórica tem uma densidade muito forte. Fiel à lição
de Braque, construo a minha pintura como um edifício, de baixo para cima, em
sucessivas camadas."
"Trabalho também em uma série de objetos. Comecei a fazê-los em 1984. A
princípio ficavam no plano da parede. Mais tarde passei a trabalhar toda a
superfície. Passei também a calcinar estes objetos de madeira. Em alguns deles
trabalho com a quase impossibilidade da pintura pois uma vez queimados
tangenciam a imaterialidade ."
"São quase pigmento puro (negro de fumo). Em outras aceito as marcas que o tempo impôs. São objetos que vou recolhendo ao acaso na beira das praias brasileiras ou nas margens do rio Sena.Não penso nestes objetos como esculturas. Não há da minha parte a
preocupação com a forma no espaço. Para mim são registros cromáticos no espaço
e no tempo."
"Sou um pintor por vocação. Minha pintura é um ato de devoção. Trabalho
atualmente em uma nova série. E como se fosse uma prece. Batizei-a de prière.
São pinturas horizontais em têmpera, folha de ouro e colagem (papéis populares
de oração chineses) . Quando concluidas lembram partituras musicais, ladainhas
intermináveis ou fugas e variações. São meus salmos visuais. Em cada prière há
a busca de um colorido, ou melhor, de um ritmo cromático. Há nelas também a
sensação da mobilidade da forma, do plano e do espaço em uma profundidade rasa."
"Trabalho o tempo todo com o que é real. Mesmo a subjetividade e a
ambiguidade são reais. Há anos que trabalho numa série de pinturas que chamo de
rios. Assim como o acidente geográfico, o meu rio é percebido na sua linearidade,
correndo de uma borda a outra. Sua matéria é quase sempre rugosa como o aluvião
deixado pelas marés sucessivas. Sua extensão é composta por faixas horizontais
de cor, às vezes linhas que aparecem, somem e retornam novamente a superfície."
Copiando do blog Vermute, achei interessante divulgar este trabalho, embora ainda não tenha ouvido:
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